Os pais de um adolescente morto a tiros em uma escola em Parkland, na Flórida, em 14 de fevereiro de 2018, criaram uma campanha para incentivar a população norte-americana a votar em políticos que apoiam a proibição de armas nos Estados Unidos. Segundo a última edição do Small Arms Survey, um projeto do Instituto de Pós-Graduação de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento em Genebra, na Suíça, existem hoje no país mais armas de fogo do que pessoas: 393 milhões.

Para a realização do projeto, Patricia e Manuel Oliver, contaram com a ajuda da agência de publicidade McCann Health, que utilizou a Inteligência Artificial (IA), para trazer o filho Joaquin “de volta à vida”. Essa tecnologia é usada também em montagens deepfake, que permite criar vídeos falsos, mas bem realistas, de uma pessoa falando e agindo como se fosse de verdade. 

“Estou morto há dois anos e nada mudou, mano”, afirma o avatar de Joaquin no vídeo. “As pessoas ainda estão sendo mortas por armas. O que é isso? Todo mundo sabe disso, mas não fazem nada. Estou cansado de esperar que alguém conserte.”

O adolescente acrescenta: “A eleição de novembro é a primeira em que eu poderia votar. Mas nunca poderei escolher o tipo de mundo em que gostaria de viver. Portanto, você precisa substituir meu voto.”

“Vote em políticos que se preocupam mais com a vida das pessoas do que com o dinheiro do lobby das armas. Vote para que as pessoas não levem tiros, cara! Quer dizer, vote por mim. Porque eu ligo. Temos que continuar lutando. E temos que acabar com isso”, finaliza.

A campanha antiarmas da família Oliver arrecada doações em dinheiro para a organização Change the Ref, cuja missão é “aumentar a conscientização sobre os fuzilamentos em massa”.

O projeto incentiva as pessoas a se registrarem para votar na eleição presidencial deste ano. Nos EUA, o voto não é obrigatório e é necessário respeitar um calendário de inscrição antes que o cidadão possa depositar o voto na urna.

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