Manaus – Em entrevista à emissora de televisão CNN Brasil nesta segunda-feira (28/09), o prefeito de Manaus, Arthur Neto, voltou a falar em “lockdown” para a capital amazonense como medida para conter uma segunda onda da Covid-19. No Twitter, o prefeito convidou o governador Wilson Lima a decretar fechamento das atividades não essenciais pelos próximos 15 dias com base em sua “crença” de que esse período seria suficiente para evitar o avanço da doença.

Sem conseguir fiscalizar a Lei Municipal 2.643, que estabelece o uso obrigatório de máscaras e que aplica multas no valor de R$ 108,95 aos que forem flagrados circulando em máscara, o prefeito propõe uma medida drástica. Desde 30 de julho a lei está em vigor e, dois meses depois, não se sabe quantas pessoas foram multadas e nem quantos agentes municipais estão trabalhando para fazer cumprir a legislação municipal.

Além disso, a Prefeitura de Manaus pouco fez para evitar aglomerações no transporte público, do qual dependem mais de 500 mil trabalhadores na capital. São comuns imagens dos usuários aglomerados na política de mobilidade urbana que na pandemia expôs ainda mais a população. As imagens da praia da Ponta Negra lotada, interditada somente na semana passada, demoraram a sensibilizar o prefeito que agora pede fechamento total da cidade.

Ao propor o “lockdown”, Arthur ignora, ainda, os trabalhadores e empresários da área de entretenimento, por exemplo. Desde a semana passada essa categoria tem protestado contra as medidas restritivas complementares do Governo do Estado.

O prefeito também ignora trabalhadores do comércio e de outros setores que dependem das atividades não essenciais em funcionamento. É bom lembrar que a Prefeitura não tem sequer um plano efetivo para a reabertura das escolas municipais por falta de habilidade em definir protocolos, permitindo que os estudantes e pais saiam ainda mais prejudicados desse período.

Pouco tem feito o poder municipal para evitar uma segunda onda da Covid-19 em Manaus.