Brasil – O relatório final da Polícia Civil, que revela que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, mostra que Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal que está preso por comprar a arma para o assassinato do pai, fazia parte do Comando Vermelho, facção criminosa que atua no tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Segundo reportagem de Julia Kallembach, na BandNews FM do Rio, uma das filhas adotivas de Flordelis, Marzy Teixeira da Silva, encaminhou uma mensagem a Lucas oferecendo R$ 10 mil para que ele assassinasse o pastor. Publicidade

Segundo o inquérito policial, a mensagem teria sido escrita por Flordelis e encaminhada pelo celular da filha.

As investigações mostram qie o valor seria pago com dinheiro, além de relógios que o marido da deputada federal colecionava. No dia da morte, a mochila com o dinheiro e os relógios não foram encontrados. Publicidade

Lucas teria deixado a casa da pastora durante uma época por não se sentir bem tratado e teria voltado a atuar no Comando Vermelho

Em entrevista à CNN, republicado pelo portal Bol, o promotor Sérgio Luís Lopes Pereira, responsável pelo caso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), disse que causou estranheza o fato de Lucas ser colocado na mesma cela que o irmão, Flávio, acusado pelo assassinato, já que ele poderia ser atacado por milicianos presos por ser do Comando Vermelho.

“Preciso dizer também a estranheza da colocação do Lucas juntamente na cela do Flávio, o que não seria recomendável. Fica clara a influência da Flordelis em colocá-lo lá. Por quê? Porque o Lucas, quando entrou no sistema, se disse associado ao Comando Vermelho [facção criminosa]. Colocar alguém assim num presídio de milicianos seria como colocar uma minhoca num galinheiro”, disse o promotor, que defende que a deputada seja ao menos afastada do cargo para que ela não interfira no processo.

“Sendo a principal artífice, principal mentora desse crime, ela a todo tempo tentou interferir na investigação, tentou interferir na ação penal contra Flávio e Lucas [seus filhos] que já corre desde o ano passado. Ela é realmente uma ameaça concreta à investigação. Ela já ameaçou testemunhas, ela tentou plantar documentos falsos apontando para falsos mandantes”, disse Pereira.