Amazonas – Aposentado pelo TJ-AM (Tribunal de Justiça do Amazonas), o desembargador Rafael Romano foi sentenciado a 47 anos de cadeia por ter estuprado sua própria neta. A condenação foi divulgada no dia 8 de junho deste ano, pelo juiz Ian Andrezzo, da 1ª Vara Especializada contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescente. O processo envolvendo o desembargador aposentado tramita em segredo de Justiça.

Inicialmente, o desembargador ia perder o direito à aposentadoria, além de ter que pagar a bagatela R$100 mil em indenização para a família da criança estuprada.

Porém, após quase 3 meses da condenação do desembargador, ele segue em liberdade, recebendo aposentadoria compulsória, uma espécie de “punição máxima” concedida a magistrados condenados na esfera penal. O Portal da Transparência do Tribunal de Justiça do Amazonas mostra que o acusado de cometer estupro recebeu R$ 16 mil apenas no mês de julho, apesar de ter sido condenado no início daquele mesmo mês.

O desembargador foi denunciado em fevereiro de 2018 pela mãe da vítima, a advogada Luciana Pires, após ouvir relatos da própria criança. Segundo Luciana, que é ex-nora de Rafael, os abusos começaram quando a menina ainda estava prestes a completar 8 anos. Na época, Luciana precisou deixar a menina na casa do desembargador ao viajar para cuidar da própria mãe, que estava com problemas de saúde.

A defesa de Romano segue afirmando que ele jamais cometeu esse crime. “Vamos continuar na tentativa de provar que o doutor Rafael Romano não cometeu esses crimes”, disse o advogado José Carlos Cavalcante Júnior.

Além da acusação feita pela ex-nora, Rafael Romano também foi acusado de estupro por uma ex-empregada da família. Em 2018, a mulher, com 30 anos na época, revelou à polícia que foi aliciada pelo desembargador desde os 13 anos, na época em que trabalhava de babá para as netas do magistrado.

No dia 20 de junho do referido ano, a mulher contou que sofreu abusos sexuais entre os 13 e 14 anos. Ela disse ter sido abordada diversas vezes pelo desembargador quando saía da escola, sofrendo, inclusive, ameaça de morte com uma arma de fogo. Mesmo dentro da casa da família, Romano fazia investidas sexuais, passando as mãos no seu corpo.

“Ele passava as mãos nas minhas coxas e me obrigava a fazer sexo oral nele dentro do carro. Os abusos teriam acontecido entre 2003 e 2004″.

Um inquérito foi instaurado pela Delegacia Especializada de Proteção à Crianças e Adolescentes (Depca) para apurar essa outra denúncia.

Com informações de Expresso AM