Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, lamentou o vazamento dos dados pessoais da menina de 10 anos que foi estuprada e engravidada pelo tio em São Mateus, no Espírito Santo e, pediu à Polícia Federal (PF) que investigue os suspeitos. No domingo (16), Sara Giromini, responsável por discurso de ódio e perseguição contra a criança, divulgou nas redes sociais o nome da vítima. O Estatuto da Criança e do Adolescente veda qualquer exposição de menores. Sara já foi membro da pasta comandada por Damares.

Nas postagens em texto e vídeo que viralizaram nas redes sociais, Sara divulgava o hospital onde a vítima ia passar pelo procedimento de interrupção da gravidez, autorizado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. No dia em que a menina foi internada, um grupo de pessoas contra o aborto foi para a frente do hospital e tentou impedir o procedimento.

Damares se pronunciou solicitando ao ministro da Justiça, André Mendonça, o encaminhamento do caso à Polícia Federal, além da articulação com a polícia do Espírito Santo para o possível indiciamento dos responsáveis.

“Lamentável que um caso tão triste tenha suscitado, desde o início da última semana, uma campanha desnecessária contra o envolvimento do ministério”, afirma a nota de segunda-feira.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) protocolou requerimento na quarta-feira, 19, para convocar Damares para prestar esclarecimento na Câmara sobre o vazamento de dados sigilosos da menina de 10 anos estuprada pelo tio.

Nesta quinta (19), o Ministério Público do Espírito Santo denunciou Sara e cobrou uma indenização de R$ 1,32 milhão. Em ação civil, o MP argumenta que a conduta adotada pela extremista “está incluída em uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista, que expõe a triste condição da criança de apenas 10 anos de idade”, e que a divulgação dos dados pessoais da criança contraria o que está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente.