O vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, rechaçou acusações de que os brasileiros seriam os “vilões da sustentabilidade”. O pronunciamento aconteceu nesta quarta-feira no Fórum Mundial Amazônia +21.

“Não existe essa situação de que o Brasil está exportando para o resto do mundo produtos que saem ilegalmente da floresta. Se isso ocorre é numa porcentagem ínfima”, disse, afirmando ainda que a agropecuária da região amazônica não tem participação significativa nacionalmente.

Mourão afirmou que os brasileiros não são os vilões da sustentabilidade. O vice-presidente destacou que o Brasil está entre os países que têm a matriz energética mais limpa do mundo. Citou ainda que o país tem mais de 60% de sua cobertura preservada, índice esse que sobe para mais de 80% na região amazônica, segundo ele.

Na ocasião do discurso, Mourão aproveitou para provocar.

“Eu gostaria de convidar o nosso mais recente crítico, o nosso ator Leonardo Di Caprio, para ir comigo aqui a São Gabriel da Cachoeira para fazermos uma marcha de oito horas pela selva entre o aeroporto de São Gabriel e a estrada de Cucuí. Ele vai aprender em cada socavão que ele tiver que passar que a Amazônia não é uma planície e aí entenderá melhor como funcionam as coisas nessa imensa região”, disse em referência ao astro de Hollywood que também é um proeminente ativista das causas ambientais e tem criticado políticas do governo do presidente Jair Bolsonaro na defesa da floresta.

Mourão defendeu um novo modelo de desenvolvimento para a região baseado em pesquisa em cima da rica biodiversidade e afirmou que apenas reprimir ilícitos ambientais na Amazônia é insuficiente. Em relação a resultados, Mourão espera que o Conselho da Amazônia assuma a soberania do país sobre aquela região e pretende impedir o prosseguimento no desmatamento ilegal no local.

Apesar da operação de Garantia da Lei e da Ordem conduzida por militares na região amazônica desde maio, as queimadas começam a dar sinais que podem disparar, com algumas regiões registrando um crescimento de focos de incêndio.

Grandes empresas brasileiras, com negócios no exterior, também estão preocupadas com ações de desmatamento na região e têm feito pressão por medidas de órgãos públicos.