Brasil – Uma menina de 16 anos denunciou através das redes sociais, na noite desta terça-feira (18), que sofreu um estupro por outro menor de idade no dia anterior e foi desacreditada na delegacia ao fazer boletim de ocorrência. Nas redes sociais, internautas se solidarizaram com o caso de Mille e viralizaram a tag #justicapormille.

No Instagram, a adolescente conta que, na segunda-feira (17), saiu para um encontro com um amigo e mais um casal. Os quatro estavam na casa da namorada do primo deste amigo e, em um certo momento, Mille foi para um dos quartos da casa com ele.

“Até certo momento foi consensual, até quando ele quis me penetrar. Eu tenho um pacto comigo mesma por conta de um trauma em que eu só transaria com alguém que eu me sentisse a vontade, confiasse ou namorasse com essa pessoa, que não foi o caso dele”, conta Mille no Instagram.

“Então ele veio pra cima de mim, e não saía, eu tentava empurrar, e ele não saía, e isso me deixava com mais medo, e então ele fez o trabalho, e eu falava ‘para’, ‘por favor, tá doendo’, ‘eu não quero’, ‘para, por favor’”, continuou.

A jovem conta ainda que o menino ironizava os pedidos para interromper a relação. “Ele falava coisas absurdas como ‘já tá cansada? Eu não quero ir só até aonde tu aguenta, quero ir até onde eu quero’, ‘eu quero gozar essa noite’. E eu já querendo chorar por estar naquele inferno”, conta.

Em prints de conversas compartilhados por ela na rede social, o garoto argumenta que o sexo foi consensual e que achou que Mille estava “brincando”.

Delegacia

Mille conta que, ao ligar para a delegacia para consultar detalhes sobre o processo de corpo de delito e boletim de ocorrência, a mulher que a atendeu disse que o caso não é caracterizado como estupro. O argumento dela, segundo a jovem, é que estupro não ocorre em relações sexuais com “namorado”.

“‘Quando ela tá tendo relação com o namorado (detalhe: ele não era meu namorado) e ela pede pra parar isso não é estupro’, ‘olha se fosse a minha filha, eu levaria ela num psicólogo pra ela aprender a se relacionar melhor’”, relata Mille.

“O menino não teria pena por ser menor de idade, ter influência e dinheiro. Eu só quero que isso circule e me ajudem a ter a minha justiça, porque nenhuma mulher merece passar por isso”, finaliza a adolescente.

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