Os estoques de hidroxicloroquina para auxílio no tratamento da covid-19 estão zerados no país. A afirmação partiu do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quinta-feira (13). O ministro destacou para a Comissão Mista do Congresso que fiscaliza as ações do governo no combate à pandemia que não vê nada de errado em questionar o uso do fármaco para esse fim, mas lembrou que a hidroxicloroquina é demandada ao Ministério da Saúde.

“Nosso estoque hoje, no Ministério da Saúde, é zero. É zero! Não temos nem um comprimido para atender as demandas. Nós temos uma reserva de 300 mil itens apenas para atender malária guardados, o que representa algo em torno de 20% do que eu preciso por ano para malária”, explicou, ressaltando que o ministério não faz entrega sem demanda das secretarias dos estados e municípios.

A demanda reprimida no país por hidroxicloroquina é de mais de 1,6 milhão de doses para os estados e municípios. A Fiocruz, segundo Pazuello, tem 4 milhões de comprimidos que aguardam negociação de preço.

“Não temos como comprar, porque o preço de custo dela, que é o que nos colocam, está acima do que nós podemos pagar na tabela CMED [ Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos]. Então, essa produção da Fiocruz ainda não foi adquirida pela simples razão de negociação de valores, coisa que acontecerá nos próximos dias”, adiantou.

Pazuello disse que no Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) ,há estoque de 2 milhões de unidades de doação americana, mas como veio em cartelas de 100, precisam ser recolocadas nas quantidades permitidas no Brasil. “‘Se nós não tivéssemos pandemia e demandas por covid, a quantidade estaria de acordo para atender a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) para as doenças como malária, lúpus e artrite” , disse.

Pazuello avaliou que o cenário nas regiões Norte e Nordeste já apresenta números bem baixos, “praticamente já dentro de uma normalidade de vida”. “ Não existe fim do coronavírus. O coronavírus veio para viver conosco. Então, vamos começar a nos lembrar disso, não houve fim do H1N1, só se ele mutar para outro número. O coronavírus vai viver conosco também”, alertou.

A partir de meados de setembro os números do centro-sul estarão bem definidos para uma previsão para o final do ano. “Eu posso lhe afiançar que no final do ano, no centro-norte, nós vamos estar vivendo uma nova normalidade, com novos hábitos. E posso lhe afiançar que lá pelo meio de setembro, início do setembro, eu lhe digo exatamente como vai estar o centro-sul também, na visão do Ministério da Saúde, de uma forma bem clara. Eu acredito que tanto o Norte quanto o Sul estejam iguais. Vamos esperar um pouquinho o mês de setembro chegar para ver as curvas descerem”, disse Pazuello.