Pesquisa realizada em Manaus constatou uma variação de até R$ 84 no valor da cesta básica, na última semana, o equivalente a 27,6% da mais barata para a mais cara. A pesquisa foi realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (CDC/Aleam) e demonstra que o preço da cesta básica varia de R$ 222,29, a mais barata, a R$ 307,12, a mais cara.

O levantamento foi feito em cinco supermercados nas zonas Norte, Centro-Oeste e Centro-Sul de Manaus e teve como foco 26 itens considerados de primeira necessidade, entre eles: material de limpeza, higiene e alimentos. A cesta mais cara, de R$ 307,12, foi encontrada no supermercado Baratão da Carne, enquanto a mais barata foi conferida no Vitória Supermercado, por R$ 222,29, ambos localizados na Zona Centro-Sul de Manaus.

Para a consumidora Joana Andrade, 25 anos, que mora na Zona Norte, os preços nos mercados da região estão mais próximos dos observados no Baratão da Carne. Segundo ela, depois da pandemia, todos os produtos parecem ter ficado mais caros. “Eu não sei se isso é realmente resultado da crise econômica da pandemia ou se tem empresas se aproveitando, mas percebi um aumento no preço até de coisas básicas”, explica.

De acordo com Joana, ela não costuma comprar em outras localidades, mas têm uma irmã que sim, por isso ela também consegue perceber a variação. “Eu sei por ela que, em outros supermercados, alguns preços estão mais baixos, mas ainda assim, acho que as coisas estão mais caras e, nesse momento, é ruim para todos nós”, ressalta.

A pesquisa da CDC/Aleam demonstra que entre os itens que mais apresentaram variação de preços está o feijão carioca (1 quilo), de R$ 7,19 a R$ 9,29); o leite em pó integral (400g) de R$ 8,89 a R$ 10,19; a cartela de ovos (30 unidades) de R$ 11,90 a 17,90; e a farinha (1kg) de R$ 4,29 a R$ 5,79.

Na avaliação do presidente da CDC/Aleam, deputado estadual João Luiz, os preços dos produtos podem variar em até 50%, como é o caso da cartela com 30 ovos, mas para quem deseja economizar a dica é pesquisar.

“Acredito que, para o momento e em qualquer outra situação, o consumidor deve pesquisar bem antes de fazer as compras. Essa é a melhor forma de economizar. A pesquisa apontou que, apesar da pouca diferença de valor entre um item e outro, a melhor opção é mesmo colocar o montante a ser gasto na ponta do lápis, pesquisar e comprar apenas o básico, evitando os supérfluos, que encarece, ainda mais, as compras do mês”, ponderou.

A nível nacional

No mês de julho, o custo da cesta básica caiu em 13 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nas outras quatro capitais, o custo subiu. Entre as capitais analisadas, a cesta básica mais cara encontrada foi a de Curitiba, onde o preço médio estava em torno de R$ 526,14; seguida por São Paulo, com custo médio de R$ 524,74. A cesta mais barata era a de Aracaju, com preço médio de R$ 392,75.

Com base na cesta mais cara do país, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, teria que ser de R$ 4.420,11, o que corresponde a 4,23 vezes o salário mínimo vigente, de R$ 1.045.

Por Em Tempo