O número de óbitos por Covid-19 em Manaus, entre os dias 22 de julho e 1º de agosto, apresentou queda expressiva de 39,1%, no comparativo com os dez dias anteriores (de 12 a 22 de julho), passando de 69 para 42, apontam dados dos boletins epidemiológicos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), os quais são emitidos diariamente, pelo Governo do Amazonas. As informações são públicas e podem ser acessadas no site da Fundação, por qualquer cidadão que tenha interesse.

Mas, em uma assembleia promovida pela Asprom/Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus), o pesquisador Lucas Ferrante, mestre em biologia, e que tem divulgado, através de artigos científicos, que haverá um novo pico do novo coronavírus em Manaus e no Amazonas, afirmou que os dados da Fundação apontam o contrário: que não há redução no número de óbitos e casos na capital.

Inicialmente, a previsão de alguns pesquisadores locais era de que o Amazonas e, em especial, Manaus, sofreria um segundo pico da Covid-19 em julho, mês que, segundo os dados da FVS, ocorreu o contrário e as reduções nos óbitos e internações foram significativas tanto para a capital, quanto para o estado como um todo.

O aumento da testagem fez com que o volume de casos positivos aumentasse, mas, em sua maioria, pessoas diagnosticadas sem a transmissão ativa. Ou seja: já apresentando anticorpos, o que fez com que elas fossem inseridas no grupo de pacientes recuperados da doença.

No caso de Manaus, em especial, a redução é ainda maior quando ampliado o período de análise para 20 dias. Entre 2 e 12 de julho, as mortes por Covid-19 somaram 95. Vinte dias depois, totalizaram 42, uma queda de 55,7%.

No processo gradativo de flexibilização da quarentena na capital, a abertura do comércio, bares, restaurantes e a volta às aulas em escolas particulares, não impactaram negativamente no número de óbitos. Com a obrigatoriedade da adoção de medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus, foi possível controlar a pandemia até agora. É o que mostram os dados oficiais relativos à doença.

O mesmo efeito é notado quando a estatística abrange o estado como um todo. No último dia 1º, o Amazonas chegou ao total de 3278 óbitos pela doença. Dez dias antes (22 de julho), eram 3183 e nos dez anteriores (12 de julho), as mortes por Covid-19 chegavam a 3039. Os decréscimos foram de 18% e 34%, respectivamente.

No quesito média móvel, que avalia os dados dos últimos sete dias, o Estado está há pelo menos quatro semanas, entre as unidades federativas que apresentam queda no número de óbitos, o que provocou a curiosidade das mídias nacional e internacional. Na avaliação de parte da comunidade científica, conforme matéria exibida pelo programa Fantástico, a cidade pode ter adquirido imunidade de rebanho, aquela em que o número de pessoas contaminadas e curadas da doença atinge um percentual ato, impedindo, por exemplo, um novo pico.