O processo contra o  senador José Serra (PSDB-SP) e a sua filha, Verônica Serra foi suspenso pelo juiz federal Diego Paes, da 6ª Vara de São Paulo. A decisão aconteceu nesta quinta-feira (30), depois que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu as investigações contra o senador no âmbito da Lava-Jato de São Paulo e outra que está na Justiça Eleitoral.

O juiz cita a decisão de Toffoli e justifica a ação alegando “cautela”. Pai e filha eram réus por lavagem de dinheiro em esquema de recebimento de propina que foi investigado no âmbito da operação Lava-Jato de São Paulo.

Em nota, o Paes justificou sua decisão dizendo que recebeu a denúncia na última quarta-feira (29) sem saber da decisão proferida por Toffoli. “O magistrado responsável somente foi cientificado na manhã de hoje, 30/07/2020, para a tomada das providências cabíveis. Por cautela, determinou a suspensão da ação penal até nova ordem do Supremo Tribunal Federal”, explicou.

A força-tarefa da Lava-Jato irá adotar as providências cabíveis a fim de retomar a ação penal, segundo nota emitida. A suspensão do processo também foi chamada de “indevida”. 

A equipe também alega que a denúncia em questão foi oferecida no dia em que foram feitas as buscas questionadas pelo ministro do STF, “não tendo, portanto, se baseado em quaisquer elementos de prova cuja obtenção o ministro considerou indevida”. “A denúncia se baseou em diligências e provas anteriores, sem qualquer relação com as diligências objeto da reclamação julgada liminarmente, e está inteiramente preservada quanto a seus efeitos”, pontuou. 

A força-tarefa, no entanto, diz entender a cautela do juiz, e afirma acreditar “que ela deriva da grande controvérsia instalada pela liminar proferida na reclamação, a qual gerou e segue gerando dúvidas diversas, até quanto a seu alcance efetivo”. 

“Por isso, espera-se que a liminar seja levada com a urgência devida a julgamento colegiado pelo Supremo, em favor da resolução definitiva do caso e da retomada das investigações e da ação, junto às autoridades que se mostrarem competentes”, afirmou, referindo-se à decisão de Toffoli.