Brasil – Em reunião com o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), nesta quarta-feira (22), ficou acertado que os três maiores bancos privados do país – Itaú, Santander e Bradesco – vão formar um conselho de especialistas em questões sociais e ambientais para indicar propostas de gestão da Amazônia.

Em artigo conjunto na Folha de S.Paulo, Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, Candido Bracher, do Itaú Unibanco, e Sérgio Rial, do Santander Brasil, dizem que a Amazônia vive “contrastes”.

“Detentora de uma reserva ainda desconhecida de riquezas biológicas, abundância de água, tradições e riquezas culturais, ela também convive com ilegalidades, desigualdade, injustiças sociais e baixos índices de desenvolvimento econômico. E sem que as questões legais sejam atendidas, por meio da atuação firme do estado no que diz respeito à legislação ambiental, os demais desafios tornam-se ainda mais complexos, talvez até mesmo intransponíveis”, dizem os banqueiros, listando propostas para a região (leia abaixo).

Nesta quinta-feira (23), Mourão estará presencialmente na sede do Santander em São Paulo para reunião com o comitê-executivo do Santander, onde discutirá “propostas mais objetivas”.

“Nós deixamos nosso comprometimento com redução das ilegalidades, avanço na regularização fundiária e colocamos na mesa que seria importante eles pensarem em formas de financiamento para projetos de bioeconomia, com juros melhores”, afirmou o vice-presidente após reunião com os presidentes dos três bancos

Leia a íntegra das propostas apresentadas pelos bancos

  • Atuar visando ao desmatamento zero no setor de carnes, reforçando diligências internas, apoiando a transição e articulando empresas e associações para a criação de um compromisso setorial;
  • Estimular as monoculturas sustentáveis (exemplos: cacau, açaí, castanha e óleo de palma) por meio de linhas de financiamento diferenciadas e/ou ferramentas financeiras e não financeiras;
  • Estimular o desenvolvimento da infraestrutura de transporte (exemplo: hidroviário) com metas ambientais, em troca de condições diferenciadas (exemplos: funding, exigências e parceiros);
  • Viabilizar investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social (exemplos: energia, internet, moradia e saneamento);
  • Fomentar projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação por meio de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde (exemplos: PSA, CBIOs e Crédito de Carbono);
  • Incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo e dar ênfase a isso em nossos relatórios;
  • Ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e a orientação financeira na região;
  • Articular e apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária;
  • Articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região;
  • Atrair investimentos que promovam parcerias e desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia.