Do Metrópoles

Pelo menos cinco familiares da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, têm recebido o auxílio emergencial de R$ 600, benefício do governo federal pago a famílias carentes durante a pandemia do novo coronavírus. Dois deles são moradores de Ceilândia, uma das regiões mais pobres do Distrito Federal; dois, do Sol Nascente, considerada hoje a maior favela da América Latina; e uma, de Brasília.

Entre os parentes que receberam a primeira parcela do benefício, segundo consulta feita pelo Metrópoles ao sistema da Caixa Econômica Federal, estão o padrasto de Michelle Bolsonaro, Antônio Wilton Farias Lima, e a madrasta, Maísa Torres Antunes. A esposa do presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu a realidade humilde da família, que ilustra vivamente a desigualdade que marca o país.

Maísa é companheira de Vicente de Paulo Reinaldo, pai da primeira-dama. Quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) era um deputado federal com pouca expressão política, ele e Michelle costumavam frequentar a casa de Paulo e Maísa.

Antônio, por sua vez, é casado com Maria das Graças Firmo Ferreira, mãe de Michelle, com que tem três filhos.

As outras três pessoas que receberam o auxílio emergencial do governo foram Ângela Maria Firmo Ferreira, Aparecida Firmo Ferreira e Maria de Fátima Firmo Ferreira. Todas elas são tias maternas de Michelle.

O benefício de R$ 600, que começou a ser pago em abril deste ano, é destinado a desempregados, informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs).

Não há nenhum indício de irregularidades no pagamento do auxílio aos parentes de Michelle Bolsonaro. Um dos requisitos para ser aprovado no programa é pertencer a uma família cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$ 522,50), ou cuja renda familiar total seja de até três salários mínimos (R$ 3.135,00).