Amazonino Mendes (Podemos) o ex-governador do rombo de R$ 2,5 bilhão e dívidas superiores a R$ 857 milhões no governo, reaparece para disputar pela quarta a vez a Prefeitura de Manaus.

Com a idade avançada, completou 80 anos, e a saúde inspirando cuidados, Amazonino Mendes não está isento dos escândalos que marcam a sua gestão, durante a atuação política no estado do Amazonas.

Em seu último mandato como governador Amazonino Mendes foi apenas “tampão”, mesmo assim, aprontou bastante. Foi investigado por realizar dispensa em mais de R$ 500 milhões em licitação, beneficiando grupos específicos de empresas que atuavam em seu benefício, em detrimento da saudável concorrência pública. Na época, foi instalada uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia Legislativa do Amazonas, a pedido do deputado Sabá Reis (PR), para investigar as suspeitas que recaiam sobre o atual governo.

Em sua pasta, Amazonino tenta “arquivar” vários delitos que cometeu durante a sua história política, mas a irresponsabilidade reverbera em todas as esferas públicas do estado.

Na Prefeitura de Manaus, em sua última gestão, Mendes contratou a empresa Consladel – serviços de instalação e manutenção de radares, construção de estações e paradas de ônibus, além de outras intervenções no trânsito de Manaus. O contrato previa pagamento de R$ 98 milhões. Um ano antes,  a mesma empresa havia doado R$ 75 mil a campanha eleitoral de Amazonino, num acerto suspeito em tempos de Operação Lava Jato.

O contrato foi investigado pelo Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime-Organizado do Ministério Público do Amazonas (CAo-Crimo/MPE-AM), à época coordenado pelo atual chefe do MPE-AM, promotor Fábio Monteiro, e Amazonino, o ex-secretário municipal de infraestrutura, Américo Gorayeb, o ex-chefe do Manaustrans, Walter Cruz, e outras sete pessoas foram denunciadas por crimes diversos.

Um escândalo que também ficou bastante conhecido foi quando Amazonino isentou as empresas que atuaram no interior da capital de pagarem o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço, aos cofres estaduais para beneficiar, entre outros empresários, o pai do presidente da Amazonastur Orsine Júnior. A denúncia partiu do deputado estadual Sidney Leite (PSD). Segundo o deputado, entre as empresas beneficiadas estavam a Oliveira Energia Geração e Serviço LTDA e a Construtora Etam LTDA, cujo proprietários estão diretamente ligados à Amazonino. A licitação para fornecer energia no interior do estado por 20 anos, seria no valor de R$ 15 bilhões.

Como parte de seu pacote de gestão, Amazonino gosta de “presentar” seus aliados políticos, outra prova disso foi quando indicou o sócio dele, o ex-vice-governador e ex-secretário de Estado da Fazenda Samuel Assayag Hanan para a presidência do Conselho de Administração da Companhia de Gás do Estado (Cigás), que estava passando pelo segundo processo de privatização, que deveria envolver valores próximos a R$ 1 bilhão. Após várias denúncias de irregularidades, o ex-governador revogou a Lei Estadual nº 3.690, que autorizava o governo estadual privatizar a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás).

Outra questão bastante contraditória é a enriquecimento de Amazonino, que não faz jus ao salário de ex-governante. Mendes mora numa mansão cinematográfica de 2,5 mil metros quadrados às margens do rio Tarumã. Foi construída em sua terceira gestão ao governo do Estado (1999-2002). Na época foi denunciada como prova de enriquecimento ilícito pelo então deputado estadual Mário Frota.

Segundo Frota, a construção do casarão, cujo valor foi avaliado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) em aproximadamente R$ 1,5 milhões (aproximadamente R$ 4,3 milhões em valores atualizados), chocou a sociedade, por se tratar de uma construção incompatível com seus vencimentos e a denúncia chegou a Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na Assembleia Legislativa uma CPI foi pedida por Frota e pelo também ex-deputado Eron Bezerra (PC do B), mas o requerimento foi engavetado pelo então presidente Lupércio Ramos, que em justificativa disse que o caso “era um escândalo mesmo, só que a mansão foi construída pelo cidadão Amazonino e não pelo governador”.

Diante dos fatos Amazonino deveria ser lembrado nesse momento como alguém que não respeita o povo amazonense. Pois saiu do cenário político mas deixou um “breu” nas contas públicas. E esse mesmo “breu” chega nas casas da população que recebe cortes no fornecimento de energia num momento de crise que o mundo está passando. Com a pandemia do Covid-19 a justiça proibiu que a concessionária Amazonas Energia cortasse o fornecimento dos serviços, no entanto a Amazonas Energia tem ignorado a decisão e continua realizando cortes nas residências.

Essa mesma concessionária de energia elétrica (Amazonas Energia) pertence a Orsine Oliveira, pai do Orsine Júnior, que na época do governo ‘tampão’ de Amazonino era presidente da Amazonastur e também foi coordenador da campanha do negão.

Nas vésperas das eleições do 2º turno em 2018, as escuras, Amazonino Mendes assinou um decreto que beneficiava as empresas que prestavam serviço de fornecimento de energia no interior do estado com o perdão de tributos no caso a Oliveira Energia.

No dia 10 de dezembro de 2018, o governo do Estado vendeu a Amazonas Energia por meio de leilão por apenas R$ 50 mil, o que não gerou estranheza foi o grande arrematador Orsine Oliveira. No edital, a empresa deveria investir R$ 2,4 bilhões imediato. A empresa carregava dívidas que chegavam a R$ 33 bilhões em dívidas.

Com esse histórico Amazonino Mendes se propõe candidato a Prefeitura de Manaus mais uma vez. Quem serão seus eleitores?