A notícia da prisão de Fabrício Queiroz na casa de Frederik Wasseff, advogado do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o senador Flávio, fez o presidente convocar, na manhã desta quinta-feira, seus principais assessores jurídicos para uma reunião fora da agenda e tentar traçar uma reação coordenada.

Bolsonaro convocou o ministro da Justiça, André Mendonça, e o secretario-geral da Presidência, Jorge Oliveira —também responsável pelos assuntos jurídicos da Presidência—, além de ministros palacianos, para discutir a situação, confirmaram à Reuters duas fontes a par do tema.

Queiroz, ex-policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, é homem central no escândalo da rachadinha. Ele foi assessor de Flávio quando o atual senador era deputado estadual no Rio. A suspeita é de apropriação e desvio de parte dos salários dos servidores do gabinete do parlamentar.

Tratado como amigo próximo por Bolsonaro e seus filhos, estava desaparecido desde o ano passado e tanto a família Bolsonaro quanto o próprio Wasseff, advogado de Flávio no caso, alegavam não ter contato com ele. Advogado de São Paulo, Wasseff começou a se aproximar da família Bolsonaro em 2016, quando passou a procurar o presidente, na época deputado federal, se dizendo um admirador de seu trabalho. Em 2019, passou a defender Flávio na investigação do esquema de rachadinha da Alerj e se aproximou definitivamente da família, assumindo também o caso de Bolsonaro contra Adélio Bispo, o homem que atacou o então candidato com uma faca, em Juiz de Fora (MG).

O advogado abriu um escritório em Brasília, se diz consultor jurídico da família e é visto com frequência no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e no Planalto, em encontros oficiais mas, mais comumente, em reuniões fora da agenda. Esta semana, esteve na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Na semana passada, também esteve com o presidente em um encontro fora da agenda.

Até o momento a postura do Planalto é o silêncio.