Manaus – Os vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus) aprovaram e promulgaram, em sessão virtual desta segunda-feira, 15, o projeto de resolução legislativa que suspende o recesso parlamentar previsto para o período de 26 de junho a 9 de julho deste ano. O retorno das atividades presenciais deve ser discutido na próxima semana com lideranças partidárias.

O projeto, de autoria da Mesa Diretora, foi aprovado por unanimidade. Na discussão, a vereadora Glória Carrate (PL) disse que “está com vergonha” de estar em casa enquanto a população retorna ao trabalho e o vereador Hiram Nicolau (PSD) afirmou que a CMM estaria “indo na contramão do que a sociedade deseja” se mantivesse o recesso.

Também na discussão da proposta, ao ser questionado pelos parlamentares sobre o retorno das atividades presenciais da Câmara, o presidente da Casa, vereador Joelson Silva (Patriotas), informou que o prédio já foi sanitizado na sexta-feira, 12, e na próxima semana os parlamentares definirão a data do retorno.

“Nós já estamos tomando as precauções necessárias, mas ainda na semana que vem, segunda-feira, 22, nós vamos estar na sessão virtual. Semana que vem nós vamos nos reunir com as lideranças para que nós possamos ajustar uma data para retornar à Câmara”, disse Joelson Silva.

Recesso

Em ano de eleições municipais, as declarações favoráveis a suspensão do recesso chamaram a atenção pela preocupação com o “corpo a corpo”, como citou o vereador Hiram Nicolau (PSD). Mesmo com as medidas de prevenção ao coronavírus, a exemplo do distanciamento social, os parlamentares manifestaram apoio ao retorno das atividades “nas ruas”.

Ao afirmar que está com vergonha de trabalhar de casa, a vereadora Glória Carrate disse que o recesso em 2020 “está fora do contexto”. “Eu sou vereadora de rua, eu gosto. Sou vereadora de periferia, sou vereadora do bairro. Eu sinto necessidade disso e tenho vergonha de estar aqui dentro enquanto o povo está trabalhando na rua”, disse.

Elissandro Bessa (SD) defendeu que os vereadores devem estar “nas ruas” junto com os trabalhadores que exercem as atividades autorizadas no primeiro ciclo de reabertura da economia. “Nós, que somos representantes da cidade de Manaus, temos que estar nessa reabertura dos trabalhos nas comunidades e nas ruas”, disse.

Para Hiram Nicolau (PSD), o “corpo a corpo” é importante para “recuperar o tempo perdido”. “Estaríamos indo na contramão do que o momento nos pede, que é uma atenção maior, que a gente possa recuperar o tempo perdido. Os vereadores continuaram trabalhando, no máximo possível, mas é importante o corpo a corpo”, afirmou.

Uma proposta de mobilização entre vereadores para suspender o recesso de meio de ano a partir da próxima legislatura foi defendida pelos vereadores Chico Preto (DC) e Gilvandro Mota (PSDB). “Que a Câmara Municipal de Manaus fique tão somente com aquele período de dezembro e janeiro”, disse Chico Preto.

Apesar de concordar com a ideia, Gilvandro afirmou que o recesso é constitucional e que os vereadores podem propor uma emenda constitucional. “A gente pode propor essa emenda constitucional à Constituição Federal, fazendo mobilização nacional com mais vereadores e acabar com isso (recesso)”, afirmou.