O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, é alvo de uma nova investigação criminal na Suíça por suspeita de má gestão no período em que foi presidente da entidade máxima do futebol. Ele teria efetuado um pagamento indevido de US$ 1 milhão (R$ 5 milhões) com fundos do futebol.
Blatter foi notificado pelos promotores federais suíços de que ele é acusado por um empréstimo concedido pela Fifa em 2010 à Associação de Futebol de Trinidad e Tobago, de acordo com um relatório das autoridades suíças.
Blatter, de 84 anos, negou qualquer irregularidade durante décadas de escândalos financeiros relacionados à Fifa, apesar de ter sido banido da presidência e ser investigado em outro processo criminal. Agora, o suíço corre o risco de ser julgado em seu país de origem.
O pagamento saiu de uma conta da Fifa em 13 de abril de 2010, foi isento de juros, sem garantia e, posteriormente, dispensado como uma espécie de presente, detalhou o documento.
É a mais recente alegação em investigações federais suíças e americanas que vinculam a Fifa a pagamentos irregulares, beneficiando Jack Warner, ex-vice-presidente da entidade máxima do futebol e ex-presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf). O documento da promotoria suíça não vincula diretamente o momento do pagamento de US$ 1 milhão da Fifa com as eleições gerais em Trinidad e Tobago.
Warner foi condenado pela Justiça norte-americana em 2019 a pagar uma indenização de US$ 79 milhões (cerca de R$ 297 milhões, na cotação à época) pelo seu envolvimento em um dos vários escândalos de corrupção que estremeceram a Fifa há quatro anos. Ele luta contra um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, que pede que o dirigente deixe Trinidad e Tobago, onde ele negou ter cometido atos ilícitos.
Warner controlou por muito tempo um bloco importante nas eleições da Fifa até deixar o futebol depois de ter subornado os eleitores para se oporem a Blatter em 2011. Ele também foi político em Trinidad e se tornou ministro do governo após uma eleição geral realizada em maio de 2010.
Os nomes de dois ex-funcionários de alto escalão da Fifa – Jérôme Valcke, que foi secretário geral, e Markus Kattner, antigo diretor financeiro – também aparecem no documento, apontando-os como acusados.