Brasil – Uma pesquisa realizada a pedido da União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte aponta para um colapso no setor devido a pandemia do novo coronavírus. Entre os dados levantados, 95% das instituições sofreram com cancelamento de matrículas e perderam 10% do quadro de alunos.
A pesquisa Megatendências foi realizada em maio com donos de mais de 400 escolas de 83 cidades diferentes no território nacional, incluindo capitais como Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Goiânia, Maceió, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O resultado mostrou pouca variação nos resultados entre as diferentes regiões e colocando em evidência a situação de emergência.
O estudo feito com escolas que possuem, na média, 150 alunos e 20 professores, abrangendo todos os níveis da educação básica, aponta que quase todas as instituições, mais de 95%, já declararam ter caso de cancelamento de matrícula, e que essa perda de alunos gira, atualmente, em torno de 10% do número de alunos.
O estudo feito com escolas que possuem, na média, 150 alunos e 20 professores, abrangendo todos os níveis da educação básica, aponta que quase todas as instituições, mais de 95%, já declararam ter caso de cancelamento de matrícula, e que essa perda de alunos gira, atualmente, em torno de 10% do número de alunos.
As instituições também sofrem com atrasos nas mensalidades e inadimplência. Impacto direto do desemprego e redução da renda das famílias. “Essa situação das escolas reflete a realidade de pequenas e médias empresas no Brasil, muitas não têm um gerente financeiro, não têm fundo de reserva, são resultado do sonho de alguém e sentem o impacto da crise”, avalia o coordenador da pesquisa, Tadeu da Ponte.
Tadeu explica que as escolas de pequeno e médio porte costumam funcionar com o chamado modelo de caixa. As famílias pagam a mensalidade e com esses recursos são pagas as contas e a folha de pagamento, o que sobra fica para os donos.
“Com os cancelamentos das matrículas e os descontos, as escolas perderam receita e não têm como manter as portas abertas”, diz. “Se nada for feito, teremos uma quebradeira no setor e a rede pública não terá vagas para atender a demanda.”
A situação atinge a todos os setores, no entanto, a educação infantil, por não ser obrigatória, sobre um impacto maior com os cancelamentos de matrículas, principalmente por parte dos alunos que ficavam em período integral.
O movimento preocupa o setor, que estima que as creches, que atendem crianças de 0 a 3 anos de idade, percam dois terços das matrículas este ano, o equivalente a cerca de 1 milhão de crianças fora da escola em todo o país.
A Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares) pede ao governo federal a criação de um “Voucher Educacional”. A proposta é que as famílias recebam apoio financeiro para continuar pagando a mensalidade. Uma forma de evitar o fechamento das escolas e sobrecarregar a rede pública.