Amazonas – Em 1982, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu 04 de junho, como o Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão. Na verdade, a data não é para ser comemorada, mas sim, um momento para se refletir sobre algo terrível: a violência contra as crianças. Uma questão que, atualmente, não consegue mais ser resolvida apenas a nível local, exigindo a colaboração de governos e instituições internacionais.

Em razão disso, a Comissão de Promoção e Defesa das Crianças, Adolescentes e Jovens, da Assembléia Legislativa do Amazonas (Aleam), lançou nesta quinta-feira (04) uma campanha nas redes sociais, incentivando as pessoas a denunciarem. No vídeo, o presidente da Comissão, deputado Álvaro Campelo (Progressistas,) fala que a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes sofrem algum tipo de abuso ou violência no Brasil e pede que as pessoas denunciem esses crimes.

“Proteger as crianças e adolescentes é uma tarefa primordial dos pais, mas não é exclusiva. Parentes, comunidade, educadores, governantes, enfim, a sociedade como um todo também precisa agir. Ninguém pode ficar omisso diante desse flagelo social, que faz vítimas todos os dias, principalmente, nos municípios mais distantes da capital. O mais chocante é que a maioria dos casos acontece dentro da própria casa e grande parte dos abusadores pertence à família da vítima”, afirmou o parlamentar.

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) apontam que, em 2019, foram registrados 813 casos em todo o Estado, sendo que em 2018, esse número foi maior, alcançando 879 registros. Dentre a natureza das ocorrências, o que mais chama a atenção são os dados relacionados a estupro de vulnerável. Ano passado, foram 358 casos, envolvendo crianças de 0 a 11 anos de idade na capital e 64, no interior, totalizando 422 casos.

De acordo com o advogado, Marco Salum, um dos coordenadores da Comissão, ocorrências de violência (sexual, física, psicológica e moral), prostituição infantil, abandono de incapaz, dentre outras, podem ser denunciadas à Comissão pelo whatsapp 99111-0112 ou pelo e-mail [email protected], que serão mantidas em sigilo. Em breve, as atividades presenciais serão retomadas e as denúncias também poderão ser feitas no 5º andar da Aleam.