Do Portal Fiscaliza Manaus

Continuam chegando relatos do péssimo atendimento nas unidades que atendem o plano Hapvida em Manaus. Depois que publicamos os três primeiros vídeos de denúncias, a assessoria do Hapvida entrou em contato desqualificando os personagens e dizendo que eles não eram clientes do plano de saúde ou que estavam inadimplentes. Mas aqui publicamos todos os relatos e mostramos as provas: toda a documentação dos pacientes da Hapvida que tiveram que recorrer à rede pública de saúde para se curar do Covid19, incluindo até dados de transferências bancárias dos pacientes para o plano de saúde cearense que atua em Manaus. 

Lorinei Soares Ferreira, 42 anos, internado desde o dia 19 de maio de 2020, no hospital de campanha da prefeitura de Manaus, disse que foi transferido do Platão Araújo para o hospital municipal, e que já tinha ido a HAPVIDA. De lá o rapaz foi obrigado a ser internado no Platão, sem estrutura, sua salvação foi o hospital de campanha. ” Eu tenho plano de saúde HAPVIDA, que não me serviu de nada, fui mandado pra casa pra morrer, hoje estou curado, agradeço ao tratamento que recebi aqui no hospital municipal”.

Um dos casos mais sérios é da professora Glaucimeire dos Anjos Sobrinho. Ela disse que teve sério sintomas de Covid19 no final de abril. Ao chegar no hospital da Hapvida fez exame de sangue, apenas recebeu alguns minutos de inalação de oxigênio e foi mandada para casa. Uma semana depois ela voltou com os sintomas ainda mais graves e não obteve atendimento apropriado. Refizeram os exames e a mandaram de volta pra casa novamente. “Minha indignação com esse plano é a falta de respeito de chegar lá e não ter atendimento da forma que deveria ser. Alguns profissionais de lá não atendem da forma que deveriam. Eles (os servidores) deveriam cuidar dos pacientes de forma mais humana”, disse a professora.

Glaucimeire é irmã da conhecida artista manauara Rosa dos Anjos, que também reclama do trabalho da Hapvida. “Ela (Glaucimeire) não teve a devida atenção. A família toda ficou revoltada e decepcionada com o atendimento. Hapvida simplesmente não prestou o serviço que era cuidar da vida da minha irmã”, declarou a artista.   

Outra pessoa que reclamou do atendimento foi Maria do Perpetuo Socorro Colares, que afirmou que viveu verdadeiros “dias de terror” ao ser atendida na rede Hapvida. “Eu tinha medo porque aquele hospital Rio Negro vive lotado, mas não tive alternativa. Fui para o hospital de campanha da Prefeitura de Manaus. Lá sim eu tive um tratamento humanitário. Estou aqui viva para agradecer e vou cancelar meu plano de saúde porque no momento que eu mais precisei a empresa me deu as costas” avisou. Maria desmente a assessoria da Hapvida que declarou que ela estava inadimplente com o plano e nos enviou uma cópia do extrato de transferência que fez do pagamento do plano de saúde no dia 13 de maio, no valor de R$ 1.198,87.

Vanildo Aleixo passou por problema semelhante. Ele disse que não obteve qualquer tipo de atendimento mais aprofundado pela Hapvida. “Fui para Hapvida e lá não descobriram o que eu tinha. Eles disseram que se fosse Covid-19 eu deveria procurar o hospital de campanha da Prefeitura. Eles me deram dipirona e me mandaram para casa. Se dependesse dessa empresa uma hora dessas estaria morto”, disse Vanildo Aleixo Dias, paciente curado da doença no hospital Gilberto Novaes, da Prefeitura de Manaus. Vanildo mostra sua carteira e diz que está com os custos do plano pagos em dia.

Além desses,  já recebemos denúncias de vários outros pacientes que estão internados em outros hospitais públicos como Platão Araújo, Delphina Aziz, e HPS 28 de agosto.