Na noite desta quarta-feira (27) fogos de artifício foram disparados,em diversos bairros de Manaus. A suspeita é de que traficantes, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), estariam “celebrando” a chegada do corpo do traficante Enilton Cordovial, o “Roleta”, morto dia 21/05 em Simão Dias (SE), em confronto com policiais do Amazonas. Ou, segundo fontes policiais, uma homenagem pura e simples, marcada nas redes sociais.
Roleta tinha mandados de prisão e era procurado pelas polícias do Amazonas e do Ceará. O delegado Rafael Allemand, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), explicou que ele reagiu à prisão e foi alvejado. O traficante foi o principal alvo da Operação Contra-Ataque, da Polícia Civil amazonense, iniciada no dia 14 de maio. Era investigado por homicídios, tráfico de drogas e ameaças a policiais. Ele roubou banco, foi preso e fugiu no Ceará. Estava foragido da Justiça desde 2018.
Em setembro de 2014, Roleta, foragido do regime semiaberto, foi preso com 1 pistola calibre PT-40, com 15 munições intactas, e R$ 1.150 em espécie. Também é apontado como autor do assassinato de Carlos Augusto de Souza Guimarães, 27, morto com nove tiros. Guimarães foi assassinado no Morro da Liberdade e um vídeo revelou a execução. O motivo foi uma discussão ocorrida há cerca de dois anos, durante jogo de baralho.
Os fogos de artifício partiram, principalmente, dos bairros de Petrópolis e São Francisco. Mas em quase todos os demais da capital também aconteceram. “Foi mais de meia hora de foguetório. Só os traficantes guardam em casa esse volume de foguetes. É a forma como comemoram aniversários dos chefes e eventos que só eles conhecem”, disse uma fonte policial. O transporte do corpo de Roleta – que não é confirmado pela polícia – teve que atravessar toda a burocracia de aeroportos relativa à pandemia de Covid-19. O protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que os sepultamentos sejam feitos de imediato. A remoção de um Estado para outro, em se tratando de um criminoso, transformou-se numa ousadia do crime.
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