RIO DE JANEIRO – O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) e a esposa foram alvos da operação Placebo da Polícia Federal, nesta terça-feira (26/05). Na ocasião, Witzel acusou o presidente Jair Bolsonaro de perseguição política e disse que essa ação é o reflexo de um Estado fascista e ditatorial que o presidente tenta impor ao Brasil.

Para o governador, Bolsonaro está usando a Polícia Federal para perseguir inimigos e adversários políticos.

“Continuarei de cabeça erguida e manterei minha rotina de trabalho para continuar salvando vidas e corrigindo erros que todos nós estamos passíveis de sofrer diante desse momento tão difícil que atravessa o Brasil.”

disse Witzel

Para o governador, o país está sendo governado “por um líder que, além de ignorar o perigo que estamos passando, inicia perseguições políticas àqueles que considera inimigos”.

“Continuarei… lutando contra esse fascismo que está se instalando em nosso país, contra essa nova ditadura”, disse. “Não permitirei que esse presidente… se torne mais um ditador da América latina.”

“Vou lutar e apresentar tudo que for necessário para esclarecer e acabar com esse circo em relação ao Estado do Rio… tenho certeza que a Justiça vai ser feita no momento oportuno”, acrescentou.

A operação Placebo, deflagrada na manhã desta terça, realizou buscas na residência oficial do governador, o Palácio Laranjeiras, e no bairro do Grajaú, onde Witzel tem residência pessoal, em busca de documentos sobre superfaturamento de compras emergenciais pelo governo do Estado para o combate ao novo coronavírus.

Segundo uma fonte com conhecimento das investigações, foram apreendidos na residência do casal Witzel três celulares e três notebooks.

Witzel também disparou contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente e ex-deputado estadual, ao afirmar que o parlamentar deveria estar preso por conta do suposto envolvimento com as rachadinhas —apropriação de parte dos salários de assessores— na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele cobrou uma ação da PF para avançar na apuração contra o senador, que é investigado pelo Ministério Público estadual.

“O que se vê na família do presidente Bolsonaro, a PF engaveta inquéritos, vaza informações. O senador Flávio Bolsonaro com todas as provas que já temos contra ele, e já estão aí, com dinheiro em espécie na conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis, já deveria estar preso”, disse Witzel.