Manaus – O deputado Josué Neto (PRTB), quer a todo custo se tornar governador do Amazonas e tem ignorado completamente toda a crise que o estado vive em meio a uma pandemia. O presidente da Assembleia Legislativa exibe e divulga todo com a felicidade o andamento do impeachment do governador Wilson Lima e do vice Carlos Almeida, onde o principal beneficiado será o próprio Josué.

Uma fonte ligada ao Portal Baré, disse que Josué Neto está a serviço do senador Eduardo Braga (MDB). As deputadas estaduais Joana Darc e Alessandra Campêlo reagiram à tentativa de Josué Neto, de atropelar os trâmites e ignorar o requerimento de impedimento dele na condução do processo de impeachment.

Até o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ilmar Galvão, e o professor Jorge Galvão emitiram um parecer dizendo que o processo de impeachment protocolado pelo Sindicado dos Médicos do Amazonas (Sieam), não pode ser conduzido por Josué Neto, já que ele é principal beneficiado pelo resultado da cassação. O pedido ao escritório do ex-ministro foi encomendado pelo deputado Saullo Vianna.

O próprio pai de Josué Neto, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Josué Filho disse em entrevista na rádio Difusora, que não era o momento para pedir o impeachment. “Eu acho até que a Assembleia pela sabedoria de muitos mandatos de vários deputados, inclusive do presidente que tá (sic) no quarto mandato político, haverão de encontrar uma solução para que tudo seja examinado na devida hora, não custa nada atrasar um pouquinho o processo, e deixar que a administração possa centralizar a sua preocupação no Covid19”, disse.

Manifestação dos deputados

A deputada Joana Darc se manifestou e disse: “ O presidente não pode participar, conduzir e julgar o processo de impeachment. De forma clara, sem politicagem, nós queremos um posicionamento do presidente Josué Neto”, disse a deputada Joana Darc.

Para Alessandra Campêlo, o presidente da ALE tem tomado decisões unilaterais e tem a obrigação de votar o requerimento de impedimento de conduzir o processo de impeachment. “O ato de receber (o pedido e impeachment) é ato decisório. Vossa excelência tomou três atos decisórios. Há impedimento ou há não impedimento de sua parte? Gostaria de que fosse votado o meu questionamento. Eu não vou admitir que o plenário não vote. A leitura da denúncia (do pedido de impeachment) já é um ato decisório. Você excelência está decidido pelo plenário. Quero resposta do plenário ao meu questionamento. Vossa excelência não é superior ao plenário. O senhor tem medo de votar?”, afirmou a deputada.

Durante a sessão, Alessandra Campêlo também criticou a postura do presidente da ALE em se negar a ouvir os questionamentos dos demais deputados.
“Parece uma criança que tira o fone de ouvido com medo de ouvir e de falar. não seja arbitrário”, disse a deputada à Josué Neto.

O deputado Augusto Ferraz também se manifestou e disse que o Amazonas tem uma deficiência na área da saúde por falta de ações de governos que se sucederam no Estado nos últimos 30 anos. “A situação mostra a nossa deficiência que vem de 30 anos atrás, não de um ano pra cá. Os gestores do passado não fizeram o que tinha que ter feito no Estado do Amazonas. Imagine que foram milhões de reais que não foram usados para melhorar a saúde e não é do dia pra noite que vamos melhorar”, destacou o deputado.

Augusto Ferraz também criticou o pagamento de pensão a ex-governadores e disse que esse dinheiro poderia ter sido usado para investir na saúde. “Como José Melo que trabalhou dois anos como governador e vai continuar recebendo 34 mil reais. É impressionante. Mais de cem mil reais para três governadores, por mês. Isso é que nós devemos ver como desconforto para muitas pessoas hoje estão pagando para esses governadores. Por que fazer isso com o dinheiro público?”, disse o deputado, que também disse que não é o momento de se discutir impeachment do governador Wilson Lima.