Manaus – Nesta quarta-feira (06), os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), com 22 votos a favor, aprovaram a liberação dos templos religiosos para a realização dos cultos, mesmo em tempos de pandemia. Informações de bastidores dão conta que houve uma troca de favores entre Josué Neto (PRTB) o presidente da Associação dos Pastores do Amazonas (APAM) Francisco Marcelino da Costa e do vice Isaac Souza Costa.
O principal articulador na negociação dos votos foi o presidente da casa deputado Josué Neto, que quer a todo custo o impeachment do governador Wilson Lima e do vice Carlos Almeida, assim ele se torna o governador do estado. Por ‘coincidência’, na última terça-feira (05), a Apam também queria o impeachment do governador, e um dia depois os deputados aprovaram a liberação dos tempos com “serviço essencial”. De acordo com informações de uma fonte que preferiu não se identificar por medo de represálias, a troca de favores a liberação das igrejas além de cargos comissionados pelo pedido de impeachment.
A proposta do Projeto de Lei (PL) foi de autoria do deputado João Luiz (Republicanos). Mesmo com a liberação, a Arquidiocese de Manaus disse que às igrejas católicas permanecerão fechadas.
A atitude dos deputados causou revolta na população, que chamou os parlamentares de ‘genocidas’. Na verdade a aprovação se trata apenas de articulação política. O Amazonas vive um dos momentos mais críticos da saúde com relação ao novo coronavírus, e mesmo que o governo se esforce de todas às formas para tentar diminuir a curva de contaminação do covid-19, certos deputados estão apenas empenhados nas eleições que estão se aproximando.
Três associações a nível nacional, sendo a Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil (ONMEB), Convenção das igrejas Apostólicas do Brasil (CONIAB) e a Convenção Nacional das igrejas no Brasil e Exterior (CONIBE), emitiram uma nota em conjunto, repudiando a atitude do deputado Josué Neto com relação ao pedido de impeachment em um momento tão deliciado que vive o Amazonas e classificaram a ação do parlamentar e o acolhimento do pedido como: argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática, cheio de vícios e erros, um pedido completamente perdido e de uma determinada associação de pastores que vieram a favor de Josué neto para induzir injúrias contra o Governo do Amazonas.
Já a associação Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas (OMEAM), também por meio de nota repudiou o pedido de impeachment aceito por Josué que foi protocolado pela Associação dos Pastores do Amazonas (APAM) que a OMEAM chamou de “grupo”. A OMEAM, fundada em 1986 finaliza informando que é a única associação que representa os evangélicos no Amazonas.
Hipocrisia do presidente da casa
Não bastasse o deputado Josué ser a favor da liberação dos templos em meio a pandemia, ele correu para redes sociais criticando o governo do estado por não decretar “lockdown”, que é o isolamento total obrigatório.
Leia a nota das associações na íntegra