Amazonas – O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mario Vianna, autor do pedido impeachment do governador Wilson Lima (PSC) e do vice, Carlos Almeida Filho (PTB) acolhido nesta quinta-feira (30), pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Josué Neto (PRTB), está sendo teleguiado pela velha política.

Vianna tem ligações políticas e empresariais com adversários do governador. Perito legista da Polícia Civil do Amazonas, ele foi cedido à Secretaria de Saúde do Amazonas de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015, no governo de Omar Aziz (PSD), atualmente senador.

O ICEA (Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas), do qual Vianna é sócio, manteve contrato com o governo de fevereiro de 2011 até agosto de 2015. Em fevereiro de 2016, foi assinado novo contrato, de R$ 46 milhões, que deveria durar até 2021. No ano passado, porém, o contrato foi revogado pelo governo.

Existe a suspeita de dobradinha entre Vianna e Josué para pressionar o Governo por cumprimento de contratos e acordos pré-estabelecidos. 

A acusação que Vianna fez ao governador e ao vice, que resultou no processo de impeachment cheio de atrocidades legais. Segundo o pedido a penúria no sistema de saúde do Amazonas por má administração levaram a tomada de decisão de deposição de Wilson. Isso, segundo ele, resultou em piora no atendimento às vítimas da pandemia da covid-19. Segundo o boletim do Ministério da Saúde desta quinta, a unidade da Federação havia registrado 5.254 casos e 425 mortes.

Durante o governo de José Melo (PROS), a saúde pública do Amazonas sofreu um rombo de mais de R$115 Milhões que foram desviados por grupos de empresários e pelo próprio governo, e obviamente quem sentiu esse desfalque financeiro foram os amazonenses, que sofreram com o fechamento de diversos pontos de atendimento médico.

Outro impacto devastador sentido, foi a suspensão do tratamento de pacientes renais no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, fazendo com que alguns desses pacientes viessem a óbito.

Nas unidades de urgência e emergência, os profissionais de saúde viviam em pavorosa por falta de insumos, medicamentos e material indispensáveis para salvar vidas. Vale lembrar que o rombo milionário na saúde provocou um efeito cascata e afetou os demais setores do Amazonas.

O médico Mario Viana na época em que o ex-governador José Melo saqueava os cofres públicos do Amazonas, não comentava nada e não tomou nenhuma atitude para que a crise na saúde se alastrasse. Agora, em meio a pandemia de coronavírus, a corrida por insumos e equipamentos é grande, tanto é que quase todos os governadores dos Estados mais afetados pela Covid-19, enfrentam dificuldades na compra desses materiais.

Tudo aponta que Vianna aproveita de seu cargo como presidente do sindicato dos médicos para derrubar o atual governo, alegando enormes problemas na saúde do Estado, em frente à pandemia de coronavírus.

Interesses Políticos

No início do mês de abril, Mario Vianna divulgou uma nota questionando o novo comando da Secretaria de Saúde (Susam) e solicitando uma espécie de “ intervenção federal” na saúde do Estado.

O Portal Baré recebeu a denúncia que Mário Viana e a vice-presidente do sindicato dos médicos, Patrícia Sicchar, estão sendo movidos pelos próprios interesses políticos e teriam se aliado ao ex-governador Amazonino Mendes.

Nos últimos dias, o médico realizou uma série de ataques contra o governador do Estado do Amazonas Wilson Lima (PSC) e seu vice Carlos Almeida (PRTB), chegando a solicitar o impeachment da chapa alegando “má gestão da saúde durante a pandemia do novo coronavírus”. O pedido foi aceito nesta quinta-feira (30), pela Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas).

As informações de fontes apontam que o médico Mário Vianna teria fechado um acordo milionário com grupo político, mas com uma única condição: ajudar a tirar na “marra”, Wilson Lima do poder.

Ainda conforme às informações, Viana quer a retomada do contrato milionário que firmou durante a gestão do governo Omar Aziz nos anos de 2012 a 2015, entre a empresa que ele é sócio, a ICEA (Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas) e o governo do Estado no valor de R$ 46 Milhões.

O presidente do sindicato dos médicos até havia conseguido no ano de 2016 a prorrogação do contrato por mais cinco anos, mas no ano de 2019 o atual governo revogou o contrato com a empresa de Mario Viana, deixando o médico furioso. A revogação do contrato também deixou em evidência os interesses políticos do médico.

Além do novo contrato, Mário Viana também teria exigido cargos no governo e um financiamento maior na campanha de sua vice no sindicato que virá novamente como candidata ao cargo de vereadora de Manaus.

Ainda segundo informações, o grupo que teria negociado também com o presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina) e alguns deputados estaduais.

Homenagem

Mário Vianna mostrou ter afinidade com alguns políticos do Amazonas, quando promoveu o II Fórum de Cooperativismo Médico e o III Fórum de Cooperativas/Empresas de Especialidades Médicas. O evento homenageou ex-governadores Amazonino Mendes e José Melo.

Ao lado do ex-governador Amazonino Mendes, o presidente da Associação dos médicos do Estado do Amazonas (Simeam), Mário Vianna

Entenda

No ano de 2016, a vice-presidente do Simeam, Patrícia Sicchar concorreu ao cargo de vereadora de Manaus, mas não teve sucesso. Já em 2018, a médica cogitou o cargo de deputada federal pelo Estado do Amazonas, mas novamente não obteve êxito, tendo 3.780 votos de acordo com o TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral).

Com camisa de cor amarela escura, a vice-presidente do sindicato dos médicos, Patrícia Sicchar Foto: Reprodução
O médico tem proximidade do Deputado Wilker Barreto que é oposição ao governo.
Mário Vianna foi aliado ao governo do ex-governador José Melo.
O médico tem proximidade do Deputado Dermilson Chagas que também faz oposição ao governo.

A redação do Portal Baré entrou em contato pelo telefone do médico Mário Vianna para esclarecimentos e não obteve retorno.